Sunday, April 22, 2007

O Degrau

Um degrau
Bem próximo ao chão
Um dos primeiros...
Em que se pisam para progredir
Um dos últimos...
Em que se pisam para regredir

Pois Bem, Muito prazer
Este degrau, sou eu

Sou usado sem pudor
Pisado sem piedade
Elevando, descendendo
Sem a mínima notoriedade

Sou só um instrumento
Cotidiano
Forçado
A não ter sentimentos

Sempre haverá
Alguém para me limpar
Para cuidar e lustrar
Mas nunca... todo dia
Quanto mais...Permanentemente

Todas pisam, todas são passageiras...

Por isso...
Como mármore bruto
Deve ser meu coração
Para suportar
Este tipo de solicitação
E jamais quebrar

Continuando sendo seu degrau
degrau de tantas
E mesmo assim sorrir
Antes de você me pisar...
Sabendo que pisas
Para nunca mais voltar ...

Quem me dera eu fosse o piso...

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